Formado por uma cabaça bojuda e recoberta por redes de fios tradicionalmente de algodão ou de náilon, que recebe búzios, sementes, miçangões, entre outros materiais. É usado para marcar o ritmo dos instrumentos membranofones.
Além de nominar um instrumento, o afoxé integra diferentes contextos da música ritual afro-brasileira e também nomina um cortejo de rua do período do carnaval, sendo também conhecido como candomblé de rua, inicialmente nominação também dos maracatus pernambucanos. No Batuque do Sudeste e na nação jeje-mina de matriz lingüística ewe-fon, pode ser tocado por mulheres.
A maioria dos instrumentos tradicionais tem uma função religiosa. Nesse sentido, eles são considerados sagrados e, ao contrário do que muitos pensam, não são representação divina, mas sim o próprio deus. O xequerê, do ioruba sèkèrè (cabaça- tambor com redes de búzios), tem seu mito de nascimento nos versos do odú Eji Oko a explicação de como uma simples cabaça ganhou sua “túnica” de búzios.
Na história, os acontecimentos ensinam que muito espertamente o xequerê roubou a roupa de outro instrumento, um grande amigo, para apresentar-se na frente do rei.
Importante lembrar que o búzio era usado como moeda entre os iorubas e só pessoas muito ricas o tinham em grande quantidade para usar em roupas, brincos ou colares.
Outro nome para o xequerê, usado principalmente em Pernambuco, é o aguê, do ioruba agè (pequeno tambor de cabaça usado pelos camponeses).
Mais um importante nome desse instrumento é o agbê, do ioruba agbe, kengbe ou ainda akeregbe. Segundo o renomado antropólogo Vivaldo da Costa Lima, é esse instrumento que nomina os conhecidos alabês, do ioruba alagbe (dono do agbê), os fantásticos tocadores-chefes e cantadores dos candomblés brasileiros.
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